terça-feira, 16 de maio de 2017

Jesus, uma Autoestrada


Mais que um simples caminho diria que Jesus é uma verdadeira autoestrada por onde circulam nossos corações, como se de automóveis vermelhos se tratasse. 

Estrada   ------------------------

Autoestrada
Separadores centrais e protetores laterais Automóvel
Saídas
Postos de abastecimento
Combustível
Restaurantes
Placas de trânsito

Carro fraco em bom caminho chega longe, mesmo devagar; carro bom em caminho mau pode não chegar a lado nenhum, se o caminho o não permitir. 

“Caminho”, via rápida, única, sem buracos, lombas ou cruzamentos. Controle de velocidade mínima e máxima.

Com separadores centrais e barras laterais, protetores que geram confiança nos que nelas passam e ajudam na condução segura. Seguindo as regras avança com segurança, sem risco de perda ou acidente. 

Os excessos de velocidade, o não cumprimento das regras de trânsito, levam a que separadores e protetores sejam barreiras que provocam acidentes e mortes. 

Caminho com um único sentido, o sentido inverso faz-se por vias opostas. Não se passa “automaticamente” de um para outro. 

É preciso sair e voltar a entrar. Prestar atenção máxima às indicações, para não perder a entrada, o sentido a tomar e a saída desejada no destino. 

A existência de postos de abastecimento a espaços regulares para que os veículos possam ser abastecidos rolar sem percalços e paragens desnecessárias por falha de combustível. Pneus calibrados mantêm adequada aderência à estrada. 

Áreas de descanso permitem relaxamento de músculos, alívio do sono e stress gerado pela velocidades, pelo cuidado a ter na condução, pelo cansaço que gera irritabilidade e torna mais perigosa a condução. 

Porque são longas as distâncias, é preciso que de espaços a espaços haja lugares e momentos para recuperar forças físicas através de uma refeição, momento de os ocupantes do veículo, e da mesma estrada, se olharem olhos nos olhos e partilharem risos, alegrias e dores, encantos e desencantos.

Não deve pôr-se a caminho um automóvel com danos internos de motor, e sem todos os óleos, necessários e líquidos de sistemas de arrefecimento, sem garantias de poder vir a chegar ao fim da viagem. Por mais polida e encerada que esteja a chapa, se o motor não for observado, cuidado, reparado, por um bom mecânico, de um momento para o outro gripa e toda a viagem se perde. Só um automóvel bem cuidado, ainda que riscado e amolgado chegará ao fim da longa viagem. 

Pode conduzir-se na faixa da direita, ainda que seja proibido, mas não fazer-se no meio da autoestrada, os separadores centrais estão lá e não nos deixam fazê-lo. Ou vamos num sentido ou vamos no outro.

É caminho, que não vai a lado nenhum, fica estático, para ser percorrido.

“Eu sou o Caminho”, é a resposta de Jesus à pergunta de Tomé: “Não sabemos para onde vais, como podemos nós saber o caminho? (Jo 14,5). Em 1Pedro 2,6-8 lemos: “Vou pôr em Sião uma pedra angular, escolhida e preciosa; e quem nela puser a sua confiança não será confundido». (…) Para os incrédulos, porém, «a pedra que os construtores rejeitaram tornou se pedra angular», «pedra de tropeço e pedra de escândalo». (note-se que é liturgia da Palavra do V Domingo Pascal do Ano A).

E jeito de paráfrase comparativa


Jesus   ---------------------------

Caminho
Pedra de confiança e de tropeço
Coração 
Conversão 
Sacramentos 
Oração 
Eucaristia 
Palavra de Deus 

Questionadas algumas crianças sobre o que é mais importante para chegar longe, se um bom caminho se um bom carro, a resposta foi direta e sem hesitação: o caminho. 

Jesus não se compadece com meias medidas: Quem não O preferir a tudo o mais, não é digno de ser seu discípulo. 

Pedra angular, escolhida, preciosa, única para garantir que se chega a bom porto, sendo que o lugar em vista é a eternidade, no Céu. “Quem nela puser a sua confiança não será confundido”, segue no caminho certo. 

“Pedra de tropeço e pedra de escândalo” para os incrédulos. Porque não acreditaram na sua Palavra. A Palavra ajuda a discernir entre o bem e o mal, a vida e a morte. 

Quem não é por Jesus é contra Ele. “Quem não está comigo está contra mim; e quem não junta comigo, dispersa” (Lc 11,23).

A Conversão, a mudança de sentido dado à vida , acontece na meditação, na descoberta do Pai, no abandona das vias do pecado e no acolhimento da vida da Graça. 

Caminhar em Jesus exige paragens momentos regulares de frequência dos sacramentos para que não esmoreça a fé e não se deixe vencer pelo desânimo. A oração pessoal é elo que mantém a pessoa em comunhão relacional com Deus. 

A meditação, o silêncio, o retirar-se do dos afazeres constantes, do stress e dos barulhos interiores, levam a uma tomada de consciência de que estamos em Deus, fonte segura de tranquilidade e paz. 

A Eucaristia, o entrar no Mistério da paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, vivida na união de toda a comunidade e na comunhão do Corpo e Sangue de Jesus, é fundamento sem a qual não há vida. Quem crê não caminha só, fá-lo em comunhão de vida com os outros que percorrem o mesmo caminho. 

Um coração desesperado, um coração que não esteja envolto e lubrificado com a força do Espírito, com a certeza do Amor de Deus, não consegue caminhar. Se envolvido no egoísmo do pecado, por mais que brilhem os óleos de beleza corporais, por mais que se cuide da imagem exterior, é coração que estoura porque lhe falta a vida. Só a Misericórdia Divina garante que uma vida, mesmo escurecida pelo pecado, levará o Homem à alegria plena no fim ddesta caminhada na terra. 

Pode seguir-se o mal, ainda que não aconselhável, mas não pode andar-se com Jesus e contra Ele. Está lá o “Sim, sim; não não” (Mt 5,37). Por isso é que não há católicos “não praticantes”.

É caminho que caminha com o caminhante e com ele faz caminhada.

16-5-2017

domingo, 14 de maio de 2017

Temos Mãe!

Um "Temos Mãe!" repetido e emocionante do Papa Francisco na homilia deste dia 13 de maio, pode ser a base para o desenvolvimento do temas da Semana da Vida, a decorrer de hoje até ao próximo domingo. O tema é "Com Maria Cuidar da Alegria da Vida". Não há vida sem que haja uma mãe. Vivendo num tempo de profunda cultura de morte, somos desafiados a encontrar em Nossa Senhora os motivos e as razões para sentir alegria por em viver. Nascemos para viver. Se a morte do corpo faz parte da condição humana, a vida em eternidade faz parte da condição divina de que, pelo Batismo, participamos. 
Parece termos medo de viver e por isso, com diabólica ligeireza praticamos a morte, fazendo passar a ideia de que nela há bondade e bem. Tornamos legar a morte, a começar no aborto, julgando poder ilibar esse que é o mais graves dos crimes da culpa que lhe é inerente, sem nos consciencializarmos de que são de morte para nós as consequências da morte que causamos, particularmente aos inocentes.
Em Maria aprendemos a ser filhos, mães e esposas. Porque a vida humana é dom, um dom inviolável, o dom maior e mais belo que qualquer criatura pode ter e por que anseia, dom divino que razão nenhuma pode justificadamente destruir.
"Temos Mãe!". É belo e profundo o sentimento que estas duas palavras, quando entendidas, nos transmitem. "Ainda que uma mãe possa esquecer o filho que amamenta? (...) Ainda que ela o esquecesse, Eu nunca te esqueceria", é Palavra de Deus em Isaías 49,15. Porque se fez Homem, Deus teve uma Mãe. Essa mesma Mãe que, no momento da morte na Cruz, Ele nos deu, elevando-nos à condição de nos tornarmos "filhos da Mãe de Deus". Temos realmente Mãe, Mãe com letra grande, a mais excelsa de todas as criaturas. Se temos uma Mãe que é Mãe de Deus, temos uma Mãe que nos atrai, nos guia, nos aponta o caminho do Pai, de Deus e da sua Glória. Temos Mãe!" ou seja: "Temos Vida". Porquê continuarmos e a desperdiçá-la, a destruí-la, a perdê-la? É tão belo viver! E viver eternamente...